sábado, 12 de junho de 2010

Ampulhetas invertidas


Fico pensando. Como é complicado mostrar que se sabe de alguma coisa e as pessoas acreditarem que é verdadeiro quando se tem apenas 21 anos e já se tem muito estudo e muita vivência nas costas. Nos vêem como bebês, ou pessoas sem conhecimento, apenas por nossa pouca idade. Claro que, para algumas pessoas, a pouca idade é mesmo sinônimo de pouco conhecimento. Mas, gente! Não são todos, não! Como é difícil abrir caminho e mostrar que se sabe sobre texto, fotografia, vida e tantas outras coisas, por exemplo, quando se tem apenas 21 anos. As pessoas vêm não para conversar e trocar idéias, agregar, mas para nos ensinar como se vive a nossa vida. É obvio que ainda tenho muito a aprender, um caminho imenso a percorrer, mas sempre terei, mesmo daqui a 30, 40 ou 50 anos, e o pouco que já sei, não me torna completa ignorante somente pela minha pouca idade. Minha paixão é aprender, de tudo um pouco, se puder. Gosto quando posso aprender mais, com pessoas das mais diversas. Mas é o tipo da coisa... quando consigo dar-me um pouquinho de crédito, de valor, e acreditar mais no meu potencial, começo a perceber ao meu redor como o mundo tem uma visão errônea de alguns tópicos. Como, por exemplo, esse, da idade. Fico a refletir, agora mesmo, se realmente a idade é indicativo de alguma coisa. Cada pessoa é única, cada pessoa tem o seu jeito, sua velocidade no caminhar do aprendizado. Já conheci inúmeras pessoas mais novas que eu com uma vasta trajetória de conhecimento. Também já conheci pessoas de idade avançada, passando dos 90, que possuíam espírito jovem e olhar infantil, apesar da suposta carga de conhecimento que deveria deixá-los mais "sérios". E veja bem, posso ficar tímida para falar a maioria das coisas que penso, e talvez seja esse o motivo do retorno errôneo que tenho tido. Por horas, fico a imaginar que aquilo que acredito talvez não seja o certo, e por isso me calo. Dias depois, quando escuto aquela mesma idéia vinda de outra pessoa, percebo que talvez tivesse sido útil eu ter falado.

Fico lembrando do filme Curioso Caso de Benjamin Button, onde o rapaz nascia velho e cheio de problemas da velhice, até rejuvenescer completamente, tornando-se um bebê de uns 80 anos de idade, se bem me lembro. Idade é questão de ponto de vista. Quem sabe não é hora de inverter as ampulhetas do tempo, e perceber que não se mede conhecimento da vida pelo tempo de existência?
Tenho conhecido pessoas incríveis nos últimos dias. Conversado, e conhecido essas pessoas. E tenho me encantado com elas. Sei que pode ser uma visão um tanto radical e revoltada das coisas essa minha sobre a idade, mas tem dias que realmente fico pensando no julgamento que o ser humano é capaz de fazer sem conhecer bem seu objeto de crítica - seja ela positiva ou negativa.
Às vezes digo que nasci na época errada, que gostaria de ter vivido naquela época de príncipes e princesas, vestidos e romantismo, quando ainda se tinha tempo para a música e observar a vida. Mas graças a Deus que nasci nessa época, porque assim posso expressar minhas idéias verbalmente sem ser condenada à morte e chamada de herege. hehehe. :P


Até mais!


Boa noite, e fiquem bem. :)


Abs