
Ainda que seja tarde,
***Oração***
Pai Nosso, que estás nos Céus
Na luz dos sóis infinitos,
Pai de todos os aflitos
Neste mundo de escarcéus.
Santificado, Senhor
Seja o Teu nome sublime,
Que em todo Universo exprime,
Concórdia, ternura e amor.
Venha ao nosso coração,
O teu reino de bondade,
De paz e de claridade
Na estrada da redenção.
Cumpra-se o teu mandamento
Que não vacila e nem erra,
No Céu, como em toda a Terra
De luta e de sofrimento.
Evita-nos todo o mal,
Dá-nos o pão no caminho,
Feito de luz, no carinho
Do pão espiritual.
Perdoa-nos, meu Senhor,
Os débitos tenebrosos,
De passados escabrosos,
De iniqüidade e de dor.
Auxilia-nos também,
Nos sentimentos cristãos,
A amar nossos irmãos
Que vivem longe do bem.
Com a proteção de Jesus
Livra a nossa alma do erro,
Neste mundo de desterro,
Distante da vossa luz.
Que a nossa ideal igreja,
Seja o altar da Caridade,
Onde se faça a vontade
Do vosso amor.. Assim seja
A maioria das coisas que digo, não sei de onde vem. Sei que vem com coração, com alma, com verdade; com sonhos de um mundo de igualdade. Sei também que vem com desejos de paz, de pacificação; de emoção, de amor. Vem de um mundo, dentro de mim, onde não existem medos, ausências, perdas e desesperos, mas fé, coragem e equilíbrio para sustentar tudo o que é preciso para evoluir com firmeza. Sei que às vezes também não vem nada, por mais que eu queira, as palavras não correm. Elas só correm quando querem, sozinhas, autônomas. Como se nem mesmo passassem por mim – se formam sozinhas, no éter, e depois, vêm. Mas amo escrever, amo traduzir sentimentos, ideias, coisas que passam na minha vida e nas dos outros com quem convivo. Eu queria que o mundo fosse um lugar cheio de amor, onde todos se vissem como iguais, irmãos na evolução da alma, e não mais acontecessem guerras, ódio e turbulências no viver. Mas isso ainda é um sonho e sei que, para tornar realidade, não posso fazer sozinha. Daí, as minhas palavras – para unir iguais, e transmitir amor pelo amor. Aí uma função para o jornalismo em que me formei. Um dia sei que isso tudo será real, e não mais serei chamada de sonhadora – ou, ao menos, saberei que nunca sonhei só.
Um devaneio verdadeiro, em um momento de luz que inundou meu domingo.
Com muito carinho, a todos os meus amigos, dos vários momentos da minha vida, das várias etapas do meu crescer. Que minha mente permita sempre tê-los na memória.
Muita luz.
Tem coisas que a gente só aprende pela insistência. Nossa cabeça, às vezes, parece de uma teimosia que supera a nossa própria. O ser humano parece mesmo não compreender que ouvir sua voz interior, às vezes, é necessário e fundamental e, quando a voz interior se externa pela voz dos outros, está passado da hora de acreditar nela. Ouvi tantas vezes pessoas que me diziam “acredite mais em você, isso bastará!”, “você tem talento, acredite!”. E eu não as ouvia. Preferia prestar atenção quando me diziam “você está errada”, ou “nunca será uma boa jornalista, vá procurar outra profissão”, e assim, alimentava incessantemente minha baixa auto-estima.
O problema está, na verdade, e me perdoem a repetição, em saber “procurar” o problema. Apenas percebemos os sintomas, e buscamos tratá-los, mas será que sabemos realmente onde está a doença?
Os sintomas que eu sentia: medo, sensação de não ser capaz, extrema insegurança, fraqueza. Eu nem mesmo buscava, de início, tratamento para esses sintomas. Até que influiu demais na minha vida profissional e pessoal e fui atrás do que me fazia melhorar, tempos atrás. Remedinho aqui, remedinho ali, sessões e mais sessões de tratamento psicológico, fui realmente melhorando. Mas os sintomas haviam sido apenas amenizados, e eu continuava a me sentir incapacitada para a vida. Sempre que acontecia alguma mudança na minha vida, eu tinha novas recaídas. Até que, sem querer, descobri.
O problema maior está em querermos acreditar, querermos fazer acontecer. E isso se torna muito mais fácil depois de um tempo – quando já adquirimos certa maturidade necessária, e conseguimos traçar, ainda que suavemente, uma linha daquilo que queremos realmente fazer. Aí, se você não acreditar em si mesmo, o plano não acontece. Então, você se obriga a isso. Você se obriga a ter auto-estima, a não aceitar determinadas coisas que dizem a você, a escolher os caminhos que você considera os melhores ainda que alguns achem sua escolha errada.
Mas é preciso paciência, antes de tudo – cada um tem seu tempo de amadurecimento, coisas pelas quais precisa passar para compreender. Passar da sensação de inutilidade frente à grandeza do mundo para a percepção de que, mesmo pequenos, nossos atos fazem muita diferença. E tudo isso, certamente, com o sentimento de humildade acompanhando a jornada, outro assunto delicado e difícil de conseguirmos atingir em nossas vidas.
Não é que as escolhas da vida um dia se tornem mais fáceis. Mas, com o tempo, as decisões difíceis se tornam algo mais natural, e você passa a olhá-las sem tanto estresse. Passa a raciociná-las melhor, por isso, e pela experiência de vida adquirida. Também não é que a gente passe a fazer sempre escolhas certas. Todos erramos, todos somos imperfeitos e tendenciamos ao erro até o término dessa presente jornada. Mas a tendência do ser humano, conforme a escala evolutiva, é atingir a perfeição – tudo ao seu tempo, e gradativamente, lentamente, errando menos e menos.
Quando tiver um sintoma que lhe incomode, busque tratamento, sim, mas não pare por aí. Busque a causa. De nada adianta retirar um tumor se é a úlcera do seu estresse que a causou – naquele mesmo ponto, ou em outro, aparecerá um câncer mais grave. E, se não der certo de primeira, não esmoreça. Abstraia, e busque o remédio para sua dor na cura do próximo, no auxílio e amor ao próximo. Até mesmo a ciência comprova o quanto isso faz bem.
E não utilize nada do que eu digo, se achar que o que eu falo não funciona para você. Teste, e, se não funcionar, utilize outros meios. Deus nos deu a criatividade para que pudéssemos não só achar a própria cura como a cura do próximo, que, em determinado momento, não está apto a ver todas as possibilidades inerentes a seu próprio ser – como nós mesmos, na maioria das vezes, não estamos.
São tantas coisas... do resto, ainda não sei dizer. Vou caminhando meus próprios passos, na busca de ser alguém melhor. Vejo pessoas chegando e partindo e, como já dizia aquela música, são só dois lados da mesma viagem, gente tentando aprender (ou obrigando-se a isso). Um dia todos estaremos bem. Basta confiar, não deixar de ouvir a própria voz interior. As turbulências não cessarão, mas se tornarão mais amenas com o passar dos tempos.
Ultimamente, o silêncio tem sido grande amigo das minhas horas mais atordoadas. O silêncio absoluto, sem opiniões ou julgamentos, sem vozes nos meus ouvidos, sem sons demasiados nos meus pensamentos – só o peixe nadando no aquário e o sutil silêncio da água correndo na fonte. O silêncio dos passos que me cercam e das conversas mínimas dos passageiros dos ônibus. O cheiro forte da plantinha doce, da flor, ao lado da minha cama. Afora toda a barulheira deste mundo, o silêncio tem sido um conforto para meus ouvidos cansados. Interessante. Quem lê meus escritos deve pensar, por vezes, que tenho cem anos, ou, outras tantas, apenas dez. Sou um pouco disso tudo, e absolutamente nada. Um alguém tentando aprender que o ser humano erra, e que nem por isso deve deixar de acreditar ou tentar ser melhor.
Saudades dos tempos em que não era necessário pensar tanto. Mas será que já vivi algum momento desses?
Pensamentos de quem não sabe, ao certo, o rumo que as coisas vão tomar, no momento. Mas que acredita que, alguma hora, tudo vai ficar bem. E torcendo pro mundo não precisar mais de tanto sofrimento pra aprender o que precisa. Dói ver pessoas chorando. Dói mesmo.
Fico em silêncio, em homenagem ou pesar das coisas que tem acontecido no mundo. Que seja feita a vontade do Pai, e não a nossa. E que lembremos sempre disso.